Que as pulgas de mil camelos invadam os corpos de meus leitores que não deixam comentários. Think about!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

o tio da salsicha e minha entrada frustrada pro céu


Era um dia muito bom por sinal. Uma sexta feira... mais precisamente o fim de uma sexta feira. Tínhamos acabado de sair do Rota, um bar massa de blues que tem aqui (ao menos tinha) na capital. Um lugar cheio de figuras... pessoas formadas, pós graduadas, aspirantes a políticos, analfabetos, roqueiros, bluseiros e até mesmo uma fã de sertanejo que só vai por causa do namorado. Um lugar que tem até um bêbado que vai de bicicleta e que não tem amigos mas abraça todo mundo enquanto pergunta: “e a muierada?”. 

Bêbado do Rota

Mas chega de falar disso, pois senão perco o foco. O lance é que depois de um belo show com o Cachorro velho, ficamos com aquela fome e fomos ao Rei do Dog que é na esquina do Rota. O cara é realmente o king do dog pq o cachorro quente dele é top. Então estávamos lá entre um cigarro e outro, vendo o pessoal do rota ir embora, quando uma figura nos chamou a atenção.

Um individuo aparentemente sem muitas posses, alem da roupa do corpo e sua bicicleta velha. O cara parecia cansado e se direcionou a mulher que atendia na carrocinha do cachorro quente.

Deu para ouvir bem, ele pediu um salsicha e pagou com algumas moedas, montou na bicicleta e foi embora rumo a Três Lagoas.

Muitas coisas passaram em minha cabeça, tipo: ele era um agricultor de saco cheio de tomates e cenouras, que tava num dia ruim e que precisava se alimentar! Ou um tio desempregado que tava com fome e que tinha sido largado pela família e gastou seus últimos centavos em uma salsicha, ou qualquer coisa triste do tipo.

A rosinha, (hoje minha noiva) falou para gente comprar um cachorro quente e dar pro tio, pois ele era pobre demais e tava com fome. Eu falei: "Beleza, cara.".

Foi o que fizemos. Comemos nosso lanche, apagamos nosso cigarro, entramos no carro, ligamos o som e partimos rumo a Três Lagoas. (Para quem não é bom entendedor, apenas a saída de Three Lakes.)

Rodamos rodamos rodamos, e mais ou menos uns 3 kms dali achamos o tio.

Eu estacionei ao lado dele e como se uma bela música daquelas que toca no programa do gugu estivesse ecoando no ar, lhe disse:

"Toma tio... sei que a vida é dura! come esse cachorro quente com tudo que tem direito. Eu vi que o senhor comprou apenas uma salsicha. Esse dog é do senhor." E lhe estendi a mão.

Sem exitar, o tio me olhou e agradeceu dizendo:

"Obrigado garoto, mas é que só gosto de salsicha mesmo".

toin oin oin oin....

eu si fudi!

hehehe.... o tio montou na bike dele e vazou, rumo ao horizonte de Três Lagoas.

Eu gosto só de salsicha otário


Eeeee.... e a culpa toda é da rosinha.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A história dos aparelhos de som by dodi hehe

Bom... eu não sou da época da vitrola! já vi algumas, mas nunca tive uma. Meu pai trabalhava com eletrônica, de modo que sempre aparecia uns sons lá em casa dos mais variados tipos e tamanhos.


Então me lembro de ouvir os discos da xux, ops! legião urbana em vinil, que eram da minha irmã no toca discos de meu pai.



1986

não era bem esse, mas era parecido e da polivox, que foi comprada depois pela gradiente. 
Fonte: Meu pai mesmo que me contou.

Meu pai alguns anos mais tarde me deu esse toca-discos para eu ouvir meus vinis, mas depois ele tomou de volta. 

"trágico!"

1988, meu pai colocou um receiver no som, daí o troço ficou pauleira. Tinham muita potência aquilo. O receiver era algo parecido com isso.


Receiver

Meu pai colocava essas coisas na estante que ficava na sala! era uma estante legal para época, mas hoje seria horrível. Era de pinus e clarinha com aquelas manchas características de pinus. Tinha junto tb uns decks para ouvir fitas k7.

1990... foi a minha época do rock, e eu gravava muitos sons que gostava com as fitas virgens. O problema é que eu queria ouvir na frente de casa, e o som de meu pai era muito pesado. Foi ai que inventaram essa coisa. Um som portátil com microfone e tal... eu não tinha, mas o Patrick (meu primo) tinha.

som do patrick

Daí, o que aconteceu é que eu tava ficando pra trás! foi foda... esse som o patrick não me emprestava, e eu só tinha o som pesado de meu pai.

Foi aí que aparece na escola, um som do caray! super foda! quem usava era o alex, filho do raul da escola Palhacinho de Ouro! o som era irado... e todas as meninas queriam ficar com o alex só por causa do som.

Som do alex, filho do raul dono do palhacinho de ouro.

Esse som era para arrepiar com as meninas do primário. Era uma época em que bicicletas de marcha, mobiletes e tenis redley deixavam as meninas louquinhas. 

E é claro que eu não tinha esse som... mas meu pai viu que já estava me tornando um ser repulsivo para as garotas e ele me arranjou um sonzinho de um deck apenas. Mas quebrava o galho.

1992
som quebra galho

Eu ficava ouvindo fitas k7 do metallica, queen, iron e sempre em coletâneas de fitas virgens basf, sony e tdk.
Quando não tinha elas, eu pegava alguma fita de polka ou guarania do meu pai, colocava uma fita crepe no buraquinho e já mandava o rec em cima.

O problema é que o som era portátil, e eu apenas uma criança... então digamos que zelo não era meu forte.
Foi ai que meu som foi pro saco!  e meu pai e mãe com aqueles discursos de "vc não dá valor nas suas coisas". Bolas! eu não quebrei pq quis! Quem faria isso? Alguem se arrisca?

Enfim... 1994, o ayrton senna tinha acabado de bater as botas, e eu querendo ouvir um sonzinho maneiro... mas só tinha o deck pesado de meu pai. Foi aí que o pior aconteceu. Minha avó francisca ganhou um som, não apenas com um deck... PASMEM VCS, MAS ERA UM DUPLO DECK! Porra... tudo que eu precisava.
Lá estava eu de olho no som da vovó.

Poxa... ela só tinha umas 5 fitas com polkas todas parecidas. E eu com uma infinidade de sons para ouvir e descobrir... um verdadeiro guerreiro desbravador sedento por solos de guitarra.

Som de minha avó, duplo deck (só que o dela era branco)


Minha avó não me emprestava, pois alguém me cagoetou para ela dizendo coisas do tipo: O gabriel não cuida das coisas dele. E o pior que minha avó deve ter esse som até hoje.

Enfim... lá estava eu novamente me sentindo um leproso jogado as traças, e sem som para ouvir. Foi quando em 1995... algo que soou como uma facada! O patrick me emprestou o som dele (sim, aquele colorido), pq ele tinha agora um som de carrocel. Era muita tecnologia. Eu mal sabia o que era cd. Não tinha nem um som de cd, e o cara tinha um com carrocel de 5 cds! pá cabá.

Som de carrocel do patrick.

Nesse meio tempo, eu andava com um walk man que nem sei de onde surgiu. Era amarelo.

nota ao leitor: essa foto é meramente ilustrativa. Quero deixar claro que essa foto não é minha em tempo algum. E não se fala mais nisso.

walk man amarelo

Foda... e o pior foi que eu queria tanto ouvir os sucessos dos mamonas assassinas.

1996

Os mamonas assassinas morreram... e eu conheci os raimundos. Eu pirava de ouvir. Foi aí que no próximo natal, ganhei meu primeiro som de cd (do tipo joaninha), junto com dois cds dos raimundos.
Ganhei o som de minha mãe... e os cds de minha irmã.

som joaninha

Eu só sei que pirava nesse som... até quem em mais ou menos 2004, meu pai pegou esse som para ele e deu um sumiço. Nunca mais ninguém ouviu falar dele.

Hoje, a vida moderna me permite usar o winamp, celulares e mp3 players... mas eu ainda tenho um bom e velho toca discos. Um que comprei por 30 reais e outro que ganhei da minha irmã que fez com que obrigou meu cunhado a me dar.

É galera... passei maus bocados por causa da ausência de um som estéreo em minha infância.

mas... no momento me encontro satisfeito.

thats all folks.