O que dar de presente para o filho ou filha
Eu e meus traumas de infância... depois de vender manga, andar com chinelos de garrafas de plastico e tudo mais... deixo aqui uma história para vcs.
Era um dia normal na rua Manoel Cavalcanti Proença, em alguma data remota entre 1989 e 1991.
Eu ainda era bem criança, quando a febre na rua se tornou o "Rolimã". Meus amigos todos tinham o seu rolimã, que o pai tinha feito, (menos o Gabrielzinho, que tinha o pai riquinho e havia comprado o seu. O Gabrielzinho era como o Kiko do Chaves.)
Meu querido pai percebendo minha frustração por não ter o meu carrinho de rolimã e percebendo que já estava implantada uma situação de exclusão social com a minha pessoa por eu não possuir o carrinho de rolimã, se propôs a fazer um para mim. E com a maior disposição do mundo voltou para casa com o material.
Nossa, era um grande dia... pois poderia brincar com todos sem ser o excluído ou tratado como leproso por não ter o carrinho.
Já cheguei apavorando meu pai, com dicas de como fazer o rolimã, me baseando nos melhores carros de rolimã que uma criança de até 8 anos já tinha visto.
Meu pai bem sossegado disse algo do tipo: "Calma guri, eu quando era criança era o campeão do rolimã"... E eu que imaginava que nem havia campeonato para essas coisas.
O Rolimã é composto por 3 rodas de rolimã, uma madeira grande para sentar e um pedaço de pau para colocar os pés. Mas quando fiz a contagem do material do meu pai, percebi que tinham peças a mais, como por exemplo um 4º rolimã, que logo imaginei ser o estepe. Porém nunca ouvi falar de um rolimã que furasse.
Sem contar uns pedaços de pau a mais.
Fiquei doido e perguntei para o meu pai se ele sabia o que estava fazendo. Nossa.... (o tempo fechou) me arrependo disso até hoje.
NUNCA PERGUNTEM PARA MEU PAI SE ELE SABE O QUE ESTÁ FAZENDO, pois ele processa essa informação em sua cabeça como algo do tipo: "e ai florzinha, ta afim de levar umas porradas". Acho que ele apenas se conteve pois era meu pai e eu uma criança que tomaria conta de sua vida quando velho. Porem pude ver que ele segurou firme o martelo e me olhou com a cara do Jack Nicholson naquele filme que interpreta um psicopata.
Mas quando vi o negócio ficando pronto comecei a ficar assustado.
Ele estava ficando bem diferente do que queria.
Ai ai ai... quando ficou pronto e vi o rolimã, comecei a chorar compulsivamente e meu pai claro não acreditava no que via.
Era o melhor que podia fazer. O rolimã era bem diferente do que o pessoal da rua tinha. Eu já antecipava a situação.
Seria tratado como o leproso excluído para o resto da vida, já me via com 50 anos sendo apontado na rua como "Hey... olhem, é o cara do Rolimã".
Sai correndo para meu quarto e chorava chorava... Até que minha mãe e meu pai foram falar comigo.
E meu pai disse algo que não adiantou muita coisa, mas pelo menos parou meu choro.
Ele disse: "é... seu carrinho ficou igual a um MONZA!" Olha minha cara quando ele disse isso.
E para quem não conhece, o chevrolet monza em questão:
Bom, de qualquer forma, eu fui convencido a voltar para meu convívio social que a pouco havia abandonado, e vi a gurizada brincando com meu Rolimã e rindo.
Foi bem legal, me senti de volta. Já podia brincar de novo. Fiquei bem feliz, não era mais o leproso.
Falei para meu pai, "você é o melhor pai do mundo". e ele, "é... sei!"
Bom, mas isso durou apenas até eu querer uma pipa.
Amanhã escrevo sobre essa história.
t+
Como educar seus filhos! Ou como não educar seus filhos. Nostalgia e brincadeiras de criança. A melhor fase da vida.
Eu e meus traumas de infância... depois de vender manga, andar com chinelos de garrafas de plastico e tudo mais... deixo aqui uma história para vcs.
Era um dia normal na rua Manoel Cavalcanti Proença, em alguma data remota entre 1989 e 1991.
Eu ainda era bem criança, quando a febre na rua se tornou o "Rolimã". Meus amigos todos tinham o seu rolimã, que o pai tinha feito, (menos o Gabrielzinho, que tinha o pai riquinho e havia comprado o seu. O Gabrielzinho era como o Kiko do Chaves.)
Meu querido pai percebendo minha frustração por não ter o meu carrinho de rolimã e percebendo que já estava implantada uma situação de exclusão social com a minha pessoa por eu não possuir o carrinho de rolimã, se propôs a fazer um para mim. E com a maior disposição do mundo voltou para casa com o material.
Nossa, era um grande dia... pois poderia brincar com todos sem ser o excluído ou tratado como leproso por não ter o carrinho.
Já cheguei apavorando meu pai, com dicas de como fazer o rolimã, me baseando nos melhores carros de rolimã que uma criança de até 8 anos já tinha visto.
Meu pai bem sossegado disse algo do tipo: "Calma guri, eu quando era criança era o campeão do rolimã"... E eu que imaginava que nem havia campeonato para essas coisas.
O Rolimã é composto por 3 rodas de rolimã, uma madeira grande para sentar e um pedaço de pau para colocar os pés. Mas quando fiz a contagem do material do meu pai, percebi que tinham peças a mais, como por exemplo um 4º rolimã, que logo imaginei ser o estepe. Porém nunca ouvi falar de um rolimã que furasse.
Sem contar uns pedaços de pau a mais.
Fiquei doido e perguntei para o meu pai se ele sabia o que estava fazendo. Nossa.... (o tempo fechou) me arrependo disso até hoje.
NUNCA PERGUNTEM PARA MEU PAI SE ELE SABE O QUE ESTÁ FAZENDO, pois ele processa essa informação em sua cabeça como algo do tipo: "e ai florzinha, ta afim de levar umas porradas". Acho que ele apenas se conteve pois era meu pai e eu uma criança que tomaria conta de sua vida quando velho. Porem pude ver que ele segurou firme o martelo e me olhou com a cara do Jack Nicholson naquele filme que interpreta um psicopata.
a cara do meu pai quando alguém
pergunta se ele sabe o que fazendo
Bom, decidi deixar o "mestre profissional" em criação de rolimã trabalhar.
Ele estava ficando bem diferente do que queria.
Rolimã do meu pai e o comum. Alias... um puta
projeto de engenharia do meu velho.
Ai ai ai... quando ficou pronto e vi o rolimã, comecei a chorar compulsivamente e meu pai claro não acreditava no que via.
Era o melhor que podia fazer. O rolimã era bem diferente do que o pessoal da rua tinha. Eu já antecipava a situação.
Seria tratado como o leproso excluído para o resto da vida, já me via com 50 anos sendo apontado na rua como "Hey... olhem, é o cara do Rolimã".
Sai correndo para meu quarto e chorava chorava... Até que minha mãe e meu pai foram falar comigo.
E meu pai disse algo que não adiantou muita coisa, mas pelo menos parou meu choro.
Ele disse: "é... seu carrinho ficou igual a um MONZA!" Olha minha cara quando ele disse isso.
minha cara quando ouvi que
meu carrinho parecia um monza
meu carrinho parecia um monza
E para quem não conhece, o chevrolet monza em questão:
Bom, de qualquer forma, eu fui convencido a voltar para meu convívio social que a pouco havia abandonado, e vi a gurizada brincando com meu Rolimã e rindo.
Foi bem legal, me senti de volta. Já podia brincar de novo. Fiquei bem feliz, não era mais o leproso.
Falei para meu pai, "você é o melhor pai do mundo". e ele, "é... sei!"
"eu sei..."
Bom, mas isso durou apenas até eu querer uma pipa.
Amanhã escrevo sobre essa história.
t+
Como educar seus filhos! Ou como não educar seus filhos. Nostalgia e brincadeiras de criança. A melhor fase da vida.
Um comentário:
Huhauhauahauaha ... mtoooo bom!!!!
Ri demais com essa historiaa ...
Criança eh fogoo viu!
Bjiiiinhus
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