Que as pulgas de mil camelos invadam os corpos de meus leitores que não deixam comentários. Think about!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pau que nasce torto mija fora da bacia


No final dos anos 80 minha irmã ganhou do meu tio uma caloi ceci grande. Eu tinha uma caloi cross e eu arrepiava com ela. Foi então que eu peguei a ceci da minha irmã e percebi que ela era mais leve. Daí eu empinava a rolê com ela. Mas minha irmã, chata como toda irmã, me regulava a bicicleta pq diz que eu ia estragar Tudo pq uma vez emprestei a ceci pro BARATA e ele raspou o paralamas no chão. Que se registre isso: Minha irmã cuidava tanto da bike dela, que se ela ainda existisse (a bike, não minha irmã) ela ainda estaria nova (a bike não minha irmã).
 

Meu pai vendo aquilo e com medo de eu gostar mais da ceci e isso influenciar meu comportamento futuro, rapidamente fez aquilo que ele julgou um bom negócio.

Trocou minha cross por uma bike grande! Ele fez esse rolo com o Jorge, um amigo dele que andava de regata, cabelo mullets e tinha 6 dedos em cada mão.

Por deus! Vendo aquilo pude concluir duas verdades absolutas...

1. Meu pai era um péssimo negociante;

2. Aquilo com certeza era a bicicleta mais feia do mundo.

Bom... era uma bicicleta grande, que tinha meio circulo no quadro, só tinha o freio de tras, e um banco de molas que fazia muito barulho.
Agora o detalhe principal... ela não tinha guidão. Na verdade tinha... mas era um pedaço de cano de pvc, e nem era tigre.

A primeira empinada que eu dei nela, eu cai e quebrei a cara e o pseudo guidão.

Minha mãe já estressou com o velho e soltou os cachorros:

_usted só traz basura pra nuestra casa, cabron.

E meu pai:

_ ¡calma chica, Yo resuelvo!

Meu pai pegou a bike e levou no Ari que era uma bicicletaria na avenida tiradentes e mandou reformar a bike.

O Ari, pintou de preto, colocou um freio na frente, colocou um guidão de ferro e trocou os pneus.

A reforma durou exatamente o tempo que fiquei de molho me recuperando do tombo homérico que levei. Até que um dia ele chega em casa, e me entrega a bicicleta, que nem o Luigi Baricelli entregava o caminhão do Faustão.

Eu confesso que a bike ficou massa... e tal. Mas meu pai falou:

_hijo, vai lá no LÁ CABAÇA compra cigarrilhos para tu papa.

(obs.: naquela época criança podia comprar cigarro, ainda mais no lacabaça do bairro caiçara)

Então eu fui!

Fui de bike e voltei a pé.

Roubaram ela menos de um mês depois que reformada, ou 40 dias depois que quebrei o cano de pvc.

Essa bike só fez eu me ferrar...

Por isso, na minha casa só uso Tigre!

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