No final dos anos 80 minha irmã ganhou do meu tio uma caloi ceci grande. Eu tinha uma caloi cross e eu arrepiava com ela. Foi então que eu peguei a ceci da minha irmã e percebi que ela era mais leve. Daí eu empinava a rolê com ela. Mas
minha irmã, chata como toda irmã, me regulava a bicicleta pq diz que eu ia
estragar Tudo pq uma vez emprestei a ceci pro BARATA e ele raspou o paralamas
no chão. Que se registre isso: Minha irmã cuidava tanto da bike dela, que se
ela ainda existisse (a bike, não minha irmã) ela ainda estaria nova (a bike não
minha irmã).
Meu pai vendo aquilo e com medo de eu gostar mais da ceci e isso influenciar meu comportamento futuro, rapidamente fez aquilo que ele julgou um bom negócio.
Trocou minha cross por uma bike grande! Ele fez esse rolo com o Jorge, um amigo dele que andava de regata, cabelo mullets e tinha 6 dedos em cada mão.
Por deus! Vendo aquilo pude concluir duas verdades absolutas...
1. Meu pai era um péssimo negociante;
2. Aquilo com certeza era a bicicleta mais feia do mundo.
Bom... era uma bicicleta grande, que tinha meio circulo no quadro, só tinha o freio de tras, e um banco de molas que fazia muito barulho.
Agora o detalhe principal... ela não tinha guidão. Na verdade tinha... mas era um pedaço de cano de pvc, e nem era tigre.
Agora o detalhe principal... ela não tinha guidão. Na verdade tinha... mas era um pedaço de cano de pvc, e nem era tigre.
A primeira empinada que eu dei nela, eu cai e quebrei a cara e o pseudo guidão.
Minha mãe já estressou com o velho e soltou os cachorros:
_usted só traz basura pra nuestra casa, cabron.
E meu pai:
_ ¡calma chica, Yo resuelvo!
Meu pai pegou a bike e levou no Ari que era uma bicicletaria na avenida tiradentes e mandou reformar a bike.
O Ari, pintou de preto, colocou um freio na frente, colocou um guidão de ferro e trocou os pneus.
A reforma durou exatamente o tempo que fiquei de molho me recuperando do tombo homérico que levei. Até que um dia ele chega em casa, e me entrega a bicicleta, que nem o Luigi Baricelli entregava o caminhão do Faustão.
Eu confesso que a bike ficou massa... e tal. Mas meu pai falou:
_hijo, vai lá no LÁ CABAÇA compra cigarrilhos para tu papa.
(obs.: naquela época criança podia comprar cigarro, ainda mais no lacabaça do bairro caiçara)
Então eu fui!
Fui de bike e voltei a pé.
Roubaram ela menos de um mês depois que reformada, ou 40 dias depois que quebrei o cano de pvc.
Essa bike só fez eu me ferrar...
Por isso, na minha casa só uso Tigre!
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