Que as pulgas de mil camelos invadam os corpos de meus leitores que não deixam comentários. Think about!
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Decisões erradas na vida

pinha
Oi! Meu nome é Bruninho e quero relatar minha experiência de vida. Sobre minhas escolhas. Na verdade, não a única, mas a principal escolha errada que fiz.

Eu tenho medo de minhas escolhas. Larga é a estrada que leva a perdição e estreito é o caminho da retidão.

Eu devia ter pensado melhor. Não posso agir mais por impulsos. Sempre devo estar atento aos que estão ao meu redor.

O respeito é o principal.

Talvez eu não estaria agora penando. Caminhando sozinho por essa vida. Sem religião, sem ninguém, sem ao menos um isqueiro.

Se não fosse toda essa exposição eu quem sabe ainda estaria com meu emprego garantido. Maldito Instagram.

Minha esposa não teria me largado. Meu filho não teria me batido.

Minha filha não estaria saindo com um rapaz do ensino fundamental incompreto que se intitula do tal sistema bruto, rústico e sistemático.

Meu cachorro não teria mijado no meu chinelo.

Quem sabe meus pais teriam orgulho de mim, e me olhariam nos olhos.

Se nada disso estivesse acontecendo, eu talvez não tivesse que morar nesse pardieiro.

O SPC não me mandaria tantas cartas me ameaçando.

Minha barba não estaria por fazer e nem meu time na segunda divisão.

To cansado das pessoas me apontando na rua:

_¡mira el penderro! No chegua cerca de él.

Você leva 24 anos para construir uma vida, em apenas segundos vc a destrói.
Eu preciso mudar. Não aguento mais ouvir KLB. Preciso de carne vermelha. Sushi, nunca mais.

Quem sabe assim o equilíbrio estaria recomposto.

Mas por que senhor? por que?

CHEGA! 

Tenho que ser responsável pelos meus atos.

Da próxima vez que me perguntarem o que vou beber, nunca mais direi fazendo selfie:


_Ai... por favor, um suquinho de abacaxi com hortelã!





quarta-feira, 21 de maio de 2014

Por isso não vá embora, por isso não me deixe nunca nunca mais...

O CICLO DA VIDA

Ciclana: eu odeio milho


Um dia bonito, mais ou menos horário de almoço. Provavelmente uma sexta feira. Talvez uns 23ºC, e apesar do horário, a rua estava tranquila. Então Fulano, avista Ciclana.

Moça bonita! do tipo comportada... cheia de vida. Lá pelos seus 22 anos e com uma correntinha de ouro no pescoço. Vestia um uniforme, tinha um olhar concentrado em seu livro, apenas dois dedos tocando os canudos de seu copo e meu deus, como cheirava bem.

_oi!

_oi!

_Vc fuma?

_eca! Não...

_faz bem! Fumar, faz muito mal!

_tá tá... minha tia morreu por causa disso então vá fumar pra lá.

_Não! Eu não fumo!

_então pq perguntou?

_na verdade eu perguntei se vc fumava! Eu não disse que eu fumava.

_então vc não fuma?

_não disse que não.

_vc fuma ou não fuma?

_pensando bem eu disse que não fumava, né?

_Caraca... vc está me confundindo, e eu odeio ficar confusa. Me da nos nervos.

_Calma... vou acender um cigarro e vamos falar sobre isso.

_pera aí? Vc é alguma espécie de psicólogo? Eu nem te conheço! Não vou te contar nada.

_Interessante! Já sei que odeia cigarros e que tem uma tia que morreu por isso. Sei que te da nos nervos ficar confusa. Sei que gosta de ler escutando música e que se chama Bruna. Sei que trabalha ali na esquina e que provavelmente almoça aqui todos os dias. Pelo visto não gosta de milhos, pelo tanto que deixou no canto do prato. E se minha visão não me engana, adora suco de laranja. E tudo isso, sem vc falar com estranhos.

E no meio da descrição, bruna abaixa o livro e começa a prestar atenção.

_Mas caramba! Como vc é observador! Tem algo a mais para dizer sabixão?

_Sei que para ficar perfeita, só falta usar óculos!

_hey... mas eu uso óculos!

_então!

Fulano apenas sorri.
_rs!

_bom... meu cigarro acabou, vou embora.

_eu sabia!

_o que?

_que vc fumava.

_rs!

_Mas calma, não vá embora... deixa eu te falar. Primeiro, eu gosto de ler sim, e de ouvir música ao mesmo tempo. Estou ouvindo Não vá embora da Marisa Monte.  Segundo, me chamo Bruna sim, mas não é mérito seu, pois tá no meu uniforme e terceiro... eu adoro milho! Esse prato já estava aqui quando cheguei. Mas veja como as coisas são... vc chegou aqui do nada, parecendo um cara chato, e de repente conseguiu minha atenção. Vc se mostrou um cara interessante, que de certa forma me fez sorrir depois de tanta coisa chata, sem nenhuma graça que ...

_Espera! Vc gosta de milho?

_... sim!

_então vá se foder!

_heim??!?

Fulano se virou e acabou trompando na mesa, o que fez seus cigarros cairem no chão, e foi embora em direção ao horizonte.

Então, Bruna Ciclana totalmente incrédula, trocou seu suco por uma vodca, acendeu um cigarro que pegou do chão, conectou no kboing e começou ouvir Cowboys From Hell do Pantera. Bruna seguiu sua vida incrédula até que morreu aos 89 anos, de tanto tossir, em uma cidade qualquer do Acre, solteira, e sem prole, mas cheia de sobrinhos e sem ao menos ter consumido um único grão de milho pelos últimos 60 anos.


terça-feira, 13 de maio de 2014

O crime não compensa

Alguém se lembra desse suco?

Então, lembro-me de uma vez há muito tempo. Algo em torno de 1987 e 1989 creio eu. Estávamos todos no Sul. Acho que no paraná ou sei lá. Mas lembro de irmos pro litoral na belina do meu pai. Um puta belinão azul metálico. Na belina estavam eu, meu pai, minha mãe, minha irmã e o namoradinho dela na época.

Logo mais a frente, um outro carro, um Escort preto, que tinha meu tio, minha tia e o Patrick. Sim, o Patrick que tinha de tudo.

Chegamos na praia... e logo que montamos as cadeiras e os guardas-sol, o Patrick ganhou um daqueles baldes com pazinhas para brincar com a areia e um suco de plástico. Eu já fiquei de olhão e fui pedir para minha mãe.

_Manhê! Mãe... Mãezinhaaa...

_Já vai começar Sam... Dani... rafa... joaqu.(carayo).. Gabriel?

_Mas nem falei nada ainda mãe.

_Ora... respondendo para sua mãe. Tá de castigo!

_mas...Buááááááá

_Engole o choro, senão te dou um motivo para vc chorar de verdade.

_snif!

E nisso, meu pai, minha irmã, o namorado dela, meu tio, minha tia, e um grupinho de argentinos que estavam ao lado riam como condenados em dia de visita íntima. Menos Patrick, que não ria, mas me olhava como um sádico saboreando sua vitória.

Foi então que fiquei com mais vontade de tomar aquele suco, e o Patrick tomando inúmeros sucos, e já estava ficando roxo de tanta groselha.

Era um daqueles sucos que vinha em embalagens de plástico, tipo carrinho, cacho de uva, pistola...

Foi então que eu comecei a observar o Patrick tomando o suco, e tomando o suco...

E tomando, e quando acabava, ele tomava mais, e mais...

E eu me via amarrado naquele guarda sol, e todos rindo, e eu suando, e o Patrick tomando, e o cara vendendo, e eu amarrado, e todos rindo, e eu suando, e o Patrick tomando, e eu suando, e o barulho do mar, e os argentinos hablando, eu suando, me queimando, o Patrick tomando, todos rindo...



HUAAAAAAAAAA - SPARTASSSSS!

Sai correndo como um louco, ROUBEI o suco do Patrick, e fui em direção ao mar... eu corria como um louco, e entrei no mar... e ria feliz, por estar liberto e com o suco. Fiz a dancinha da vitória antes de tomar o suco.

Tudo em uma questão de segundos...

Veio um caldo... e puft!

Sumiu com meu suco.

MALDITO MAR DOS INFERNOS. NETUNO FDP.

Perdi o suco, todos olharam feio para mim, menos o Patrick (que ria pelo canto da boca, mas muito discretamente), e ainda fiquei de castigo de novo.

De castigo na praia e cheio de queimaduras com a língua seca.